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Final Fantasy 16 renova série com ação frenética

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“Final Fantasy 16” é bastante direto no
que se propõe. Trata-se de uma das franquias mais conhecidas dos videogames que
apostou em mudanças radicais para ganhar fôlego e atrair novos jogadores.
Funcionou.
O jogo conclui uma transição importante iniciada no
“Final Fantasy 15”, de 2016, e que também refletiu na primeira parte
do remake de “Final Fantasy 7”, de 2020: o fim do sistema de combate
em turnos.
Agora, o lançamento surge repleto de ação em tempo
real, com combos de ataque, esquivas e botões do controle do PS5 esmagados.
Absorver elementos de “Devil May Cry” fez bem à série de 35 anos.
Os primeiros “Final Fantasy”, como muitos
RPGs dos anos 1980, usavam um sistema de batalha que simulava mesas de Dungeons
& Dragons e afins -todos os personagens, inclusive os monstros, têm direito
a uma ação por turno.
Não que combate por turnos seja ruim ou datado por
definição. “Dragon Quest 11”, “Persona 5”, “Octopath
Traveler” e até a série “Pokémon” -mesmo com percalços- provam
que ainda é possível construir bons jogos com esse tipo de design.
Para alguns projetos, contudo, e principalmente
para blockbusters como “Final Fantasy 16”, pode não ser a melhor
forma de se comunicar com um jogador de 2023.
A história do jogo, um thriller político de alta
fantasia, dá destaque aos cristais, um dos temas mais recorrentes da franquia.
Eles funcionam como condutores de energia elétrica, mas para magia. Movem a
economia e ditam a rotina das pessoas -ao usá-los, pode-se desde criar
labaredas de fogo até conservar alimentos.
Como nada é tão simples, esses cristais são cada
vez mais escassos e motivo de disputas territoriais e políticas.
Mas em Valisthea há pessoas que conseguem manipular
magia sem usá-los. São os portadores. Mais poderosos, há também os chamados
dominantes, que ainda podem se transformar em um dos oito deuses elementares,
Eikons, no estilo de monstros kaiju.
Portadores e dominantes ou fazem parte das elites
políticas, ou são perseguidos e escravizados, a depender da região. É aí que
entra o portador Clive Rosfield, um jovem adulto atormentado pela morte de
Joshua, seu irmão mais novo e dominante do Eikon de fogo, a fênix.
O menino, filho do governante do Grão-Ducado de
Rosaria, morreu na véspera de um ritual de iniciação para dominantes, após uma
emboscada planejada por sua própria mãe. Durante a confusão, Clive, cujo dever
era proteger Joshua, vê seu irmão morrer pelas mãos de outro Eikon de fogo, o
Ifrit, o que vai de encontro à crença de um Eikon para cada elemento.
O jogo então se volta para um Clive 13 anos mais
velho, que carrega uma marca no rosto por ser um portador escravizado pelo
Império de Sambreque.
Soldado de elite, Clive deserta e passa a
acompanhar Cid, um portador revolucionário cuja missão de vida é resgatar seus
semelhantes de situações como a do protagonista. Enquanto isso, o objetivo
maior de Clive é localizar o suposto dominante de fogo que matou Joshua.
Tudo em tese parece muito sério e elevado, mas, no
detalhe, permanece muito da galhofa e do estilo de outros jogos da série. É
sempre divertido ver personagens com topetes dos anos 2000 contracenando com
cavaleiros medievais, agora com palavrões e sangue.
A trama se desenrola por meio de áreas delimitadas
e regiões pensadas mais como fases do que como partes de Valisthea -é sempre
uma surpresa quando um jogo blockbuster como este se recusa a criar um mundo
aberto com incontáveis opções.
Essa escolha funcionou nesse caso, conseguindo dar
mais força à história. O jogador não precisa pensar nas dezenas de missões
secundárias não feitas e em um mapa gigantesco não explorado para continuar sua
jornada. Basta seguir em frente.
O tropo de um homem solitário em busca de vingança
também não combinaria com as “parties”, grupo de personagens
controláveis, outro elemento da franquia abandonado por “Final Fantasy
16″. Aqui, o foco é Clive Rosfield, apenas.
A estrutura das fases lembra a de “The Last of
Us”, outro blockbuster para PlayStation, alternando entre momentos de
calmaria, de ação intensa e de exploração. Mas explorar as regiões de
“Final Fantasy 16” não oferece muita recompensa -na maior parte do
tempo, são vazias e pouco interessantes.
Também como forma de atrair uma nova audiência, o
título oferece dois modos de jogo, um focado em história e outro em ação, uma
adição positiva. Na prática, o que muda é que no primeiro o jogador recebe
equipamentos que dão certas vantagens durante o combate, como esquiva
automática.
“Final Fantasy 16” teve sucesso ao
abandonar mecânicas marcantes para voltar-se à ação, uma decisão arriscada num
nicho tomado por fãs raivosos. Grandes temas da série e sistemas de RPGs ainda
estão presentes, só que mais concisos e coesos com a proposta geral do jogo.
Apesar do opressivo “16” do título, é
possível jogá-lo sem nunca ter chegado perto de um “Final Fantasy”.
Sorte de quem o fará pela primeira vez aqui.
FINAL FANTASY 16
Avaliação Muito bom
Quando Disponível a partir de qui. (22)
Preço R$ 349,90
Classificação 16 anos
Produção Square Enix
Plataforma PS5

Fonte: DOL – Diário Online – Portal de NotÍcias 

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