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Com ações, Pará deixa o posto de estado que mais desmata
A área sob alerta de desmatamento na Amazônia registrou uma queda de 33,6% nos seis primeiros meses de 2023, em comparação com o mesmo período do ano passado. É o melhor resultado dos últimos cinco anos. Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas), ao comparar os dados com o mesmo período do ano passado, o Estado teve queda de 32,6% no tamanho da área coberta por alertas de desmatamento: passou de 1.105 km² de áreas degradadas para 744 km².
Os dados foram coletados pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), que monitora alterações na cobertura florestal. O balanço apresentado mostra que Mato Grosso superou o Pará como estado com maior área sob alerta de desmatamento, com 34% do total contabilizado.LEIA MAIS:O que a COP 30 na Amazônia reserva para as crianças?Helder Barbalho fala sobre a COP 30 em entrevista
“Graças às nossas ações de comando e controle, garantimos a redução de alertas de desmatamento, resultado de um trabalho construído com base em estratégia e ações contundentes, como a Força Estadual de Combate ao Desmatamento e as operações Curupira, que instalou três bases fixas em locais onde há um maior índice de desmatamento, e a Amazônia Viva. Trata-se de um avanço histórico, reafirmando nossa parceria e compromisso em manter a floresta em pé”, destaca o governador Helder Barbalho.
Para o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, José Paulo Capobianco, a redução é importante por reverter a tendência de alta que era contabilizada no segundo semestre de 2022, quando houve aumento de 54% na área sob alerta de desmatamento na Amazônia.
“Esse número é importante porque estamos em uma época com uma incidência de nuvens menor na Amazônia. Isso quer dizer que os dados têm um grau de assertividade muito maior do que períodos mais chuvosos. É um número com maior confiança de que o satélite conseguiu ver o desmatamento. E é muito importante também porque representa uma queda expressiva em um mês em que ocorre aumento do desmatamento ao longo da série histórica”, reforçou Capobianco em entrevista coletiva em Brasília.
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CURUPIRA
A operação Curupira, citada pelo governador Helder Barbalho, é um dos principais eixos da política ambiental do governo paraense. Consiste na instalação de três bases fixas, implantadas nos municípios de São Félix do Xingu, Uruará e Novo Progresso. De acordo com a Semas, a operação é o movimento mais intenso do Executivo estadual em direção à região sudoeste paraense, mantendo diversas frentes de trabalho para fazer o combate aos garimpos ilegais, à extração de madeira irregular, além dos desmatamentos. A ação baseia-se no decreto n° 2.887, que estabelece estado de emergência ambiental em 15 municípios paraenses.
Entre as principais ações de repressão aos crimes ambientais realizadas no âmbito da Operação Curupira estão a desativação de acampamentos, o embargo de áreas desmatadas ilegalmente, a apreensão de madeira explorada ilegalmente e a desativação de garimpos ilegais, ações fundamentais para conter o avanço do desmatamento nas áreas críticas.
“Combater o desmatamento na Amazônia é uma tarefa muito dinâmica e que exige do poder público constantes alterações em nosso planejamento estratégico voltado para este tema”, explica o titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará.
Segundo ele, desde o início da gestão, o governo Helder Barbalho não tem medido esforços para colocar em campo operações de fiscalização e aperfeiçoamento do monitoramento. “Nosso objetivo de diminuir as taxas anuais de desmatamento já apresenta resultados concretos, como esse anúncio do Inpe”, enfatizou o secretário após a divulgação dos dados coletados pelo Deter.
FLORESTA VIVA
Além das operações de Comando e Controle, instituídas pelo Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA) para reprimir o desmatamento ilegal, o governo estadual aposta no desenvolvimento e consolidação de uma mudança na matriz econômica com adoção de modelos de desenvolvimento sustentável baseado em baixas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e na implementação da Bioeconomia, para reduzir a degradação ambiental, informa a Semas. O foco é tornar o Pará neutro na emissão de gases poluentes a partir de 2036.
O titular da Semas reforça que o governo atua para implantar desenvolvimento socioambiental e tornar a floresta viva e em pé em uma nova commodity global, em busca de alternativas para que as pessoas que vivem na floresta possam produzir sem desmatar.
A taxa anual de desmatamento é medida sempre de julho a agosto por outro sistema do Inpe, o Prodes, que monitora a floresta Amazônica brasileira por satélite, e deverá ser divulgada em novembro. Falta, portanto, um mês para o fechamento do ciclo. O levantamento é contabilizado entre 1º de agosto de um ano e 31 de julho do ano seguinte, o que faz com que os seis últimos meses do governo anterior ainda sejam levados em conta nos dados que serão divulgados de forma definitiva em novembro deste ano.
“Esse número significa dizer que o esforço de reverter a curva de crescimento foi atingido, ou seja, nós revertemos. O desmatamento não está em alta. Se vamos conseguir uma redução neste semestre que compense a herança do semestre anterior e do governo anterior, não sabemos, porque vai depender do resultado de julho”, enfatizou o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, José Paulo Capobianco.
Fonte: DOL – Diário Online – Portal de NotÍcias