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Uma ano de naufrágio da Dona Lourdes e poucas respostas
Uma das maiores tragédias da embarcação paraense, o naufrágio da lancha Dona Lourdes II, ainda segue sem uma resposta contundente. O acidente tirou a vida de 23 pessoas.
Na próxima sexta-feira (8), o naufrágio da lancha Dona Lourdes II completa 1 ano. Familiares de mortos no acidente ainda lutam por justiça. O naufrágio é considerado um dos mais tristes da história da navegação do Pará e ainda segue sendo investigado pelas autoridades.
Segundo Marco Pina (Magnata), advogado das vítimas do acidente, as investigações foram atrapalhadas por parte da família proprietária da embarcação, principalmente no dia em que, sem decisão judicial, a lancha foi rebocada e tornou a desaparecer.
“De maneira intencional, a família do piloto, do acusado Marcos, tentou de alguma forma atrapalhar a investigação e eu me refiro de maneira bem específica, ao iça mento da embarcação, ocorrida sem a devida autorização das autoridades portuárias, da polícia civil e principalmente do poder judiciário”, disse Marco Pina.
Quatro dias após o acidente, Marcos de Oliveira Souza, piloto da embarcação,- que segundo investigações, planejava fugir para outro estado – foi preso.
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O acusado chegou a ficar três meses na prisão, mas foi solto por conta de um habeas corpus. Hoje em dia ele é monitorado por tornozeleira eletrônica.
“A juíza do feito decidiu liberá-lo da cadeia pois a acusação passava a ser temerária, não se tinha uma certeza da sua culpabilidade e também por ele ser primário (réu), ter uma esposa e dois filhos. A justiça concedeu a liberdade, mas com o compromisso de Marcos não pilotar mais embarcações, não se ausentar da cidade, não sair à noite, ficar sendo monitorado, ou seja, ele só não está na cadeia, onde a sociedade teria que sustentá-lo todos os dias”, disse Dorivaldo Belém, advogado do suspeito.
Investigações
O piloto da lancha foi autuado por oito homicídios simples com dolo eventual. Mas o caso voltou a ser investigado pela Polícia Civil pela falta de elementos, como a causa da morte das outras 15 pessoas.
Nesta quarta-feira (6), a Polícia Civil do Pará, adicionou ao processo, mais outros 11 laudos cadavéricos.
“Nós detectamos que a denúncia oferecida pelo Ministério Público (MP) fazia referência somente a 8 mortes, ou seja, a autoridade policial só havia juntado nos autos 8 certidões de óbito. Então para que se evite uma anulidade futura, até porque, as vítimas não foram somente 8 e sim 23, o promotor, Edson Cardoso de Souza, em companhia desta assistência de acusação de outros colegas que lá se faziam presentes, requeremos a juíza a suspensão da audiência, e que os autos voltassem às autoridades policiais para que o delegado instruísse o inquérito, instruísse o processo com as 23 certidões (de óbito) – já tinham 8 – falta o restante. Algumas já chegaram aos autos, mas ainda não estão completas”, completa Marco Pina.
O naufrágio
A embarcação Dona Lourdes II saiu de Cachoeira do Arari, município localizado na Ilha de Marajó, para a capital paraense, e afundou próximo à Ilha de Cotijuba, no Distrito do Outeiro. O barco não tinha autorização para navegar e partiu de um porto clandestino.
Segundo a Secretaria de Segurança do Pará (Segup), não havia lista oficial de passageiros Das 80 pessoas a bordo da lancha, 23 morreram.
Entre os relatos de sobreviventes, o condutor da embarcação, Marcos Oliveira, teria demorado a chamar o socorro antes do barco afundar. Além disso, não teriam sido distribuídos coletes salva-vidas.Veja a reportagem feita pelo jornalista Wellington Júnior, da RBA TV:
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Fonte: DOL – Diário Online – Portal de NotÍcias
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