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Prevenção ao câncer de mama precisa ser mais divulgada
O projeto colaborativo Coletivo Pink – Por um Outubro Além do Rosa, divulgou na última quinta-feira (28), em São Paulo, dados de uma pesquisa inédita sobre o cenário do câncer de mama num levantamento realizado pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégia (IPEC). Entre os dados, a falta de informação sobre a importância da mamografia para a prevenção da doença.
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Além disso, 48% das mulheres têm a falsa percepção de que, caso não seja identificada qualquer lesão na mamografia, o autoexame em casa é o suficiente. Em Belém e Recife, 35% das entrevistadas consideram que a mamografia só é necessária a partir dos 55 anos ou quando a mulher entra na menopausa.
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Outro dado mostra que 63% das mulheres ouvidas acreditam que o autoexame seria a principal medida para a detecção precoce do câncer de mama. Entre mulheres com 60 anos ou mais de idade, esse percentual chega a 68%.
No entanto, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), orienta que o método bastante recomendado, ajuda a conhecer o próprio corpo, mas não substitui o exame clínico das mamas (ECM) e a mamografia (MMG) – recomendável a partir dos 40 anos, idade em que a curva de incidência da doença tende a aumentar entre as mulheres.
Cerca de 1.400 mulheres, a partir de 20 anos de idade, das regiões metropolitanas das cidades de Belém, Recife, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo (capital) participaram do estudo ‘Câncer de Mama no Brasil: Desafios e Direitos’ e foram entrevistadas de forma on-line. A diretora médica da Pfizer, Adriana Ribeiro destaca que é importante para a mulher se autoconhecer, além de ser um dos meios para a detecção precoce do câncer de mama. No entanto, ressalta que a mamografia pode detectar tumores menores que 1 centímetro, ao contrário do autoexame.
“É um ponto que serve de gancho para que a gente continue incentivando, é um método importante para que a mulher se conheça. Assim como temos que demonstrar que o padrão ouro para a detecção do câncer de mama é a mamografia, a gente quer que a detecção seja o mais precoce possível, e através do autoexame a gente não consegue, porque os nódulos que conseguimos palpar manualmente estão acima de 1 centímetro somente. Então, você tem que fazer seus exames de rotina, se autoconhecer, acompanhar no ginecologista, porque o toque mamário do ginecologista é mais técnico e fazer a mamografia regularmente. Aliar todos esses instrumentos faz com que a gente consiga ser muito mais efetivo na detecção precoce do câncer de mama”, explica.
A disseminação de informações a respeito da prevenção, diagnóstico precoce, prognóstico e tratamento do câncer de mama foi abordada como peça fundamental para desmistificar temas em torno da doença. Isso porque mitos antigos ainda permeiam o imaginário das mulheres, exemplo disso é que apenas metade das mulheres entrevistadas na região metropolitana de Belém sabem que a associação entre o uso de sutiã com bojo (estruturado) e o risco de câncer de mama é falsa. No geral, 37% das respondentes têm dúvidas sobre o assunto.
Acesso
Em Belém, 30% das mulheres participantes da pesquisa acreditam que o tratamento do câncer de mama está cada vez mais eficaz. Além disso, 29% consideram que o acesso aos tratamentos é muito desigual no Brasil; Outras 11% que o tratamento avançou para quem tem plano de saúde, paciente da rede pública não tem acesso à medicação moderna; e 22% que o tratamento avançou bastante no mundo mas as brasileiras não têm acesso às medicações usadas fora do país. Para 15%, o tratamento consegue ser efetivo até mesmo nos casos avançados, pois há mulheres vivendo há anos com câncer de mama metastático. Por fim, 13% que o tratamento avançou muito mas ainda não é possível tratar o câncer de mama no Brasil quando está em metástase e 19% afirmaram não ter informações sobre o tratamento do câncer de mama.
Ainda de acordo com a pesquisa, em relação à familiaridade sobre as oportunidades de participação social nas decisões de saúde do país a partir de consultas públicas, a região metropolitana de Belém é a única em que a maioria das entrevistadas (51%), afirma já ter participado de um processo desse tipo.
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Voluntária do projeto Expedicionários da Saúde (EDS), que objetiva levar atendimento médico à populações geograficamente isoladas da região da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão), Adriana Ribeiro também pontua a importância da mobilização de profissionais da área e práticas como as Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF) para atender a população ribeirinha e amenizar as desigualdades no acesso a exames e tratamento.
“Temos muitas organizações não-governamentais que hoje fazem esse suporte, mas também precisamos contar com outras práticas que estão no SUS. No Pará temos as UBSF, então é contar com elas para que tenhamos uma maneira de fazer esse diagnóstico na população. Se essa população não consegue ir até o atendimento, que o atendimento vá até à população. Então, iniciativas como essa têm que ser fomentadas, tem que crescer no nosso país para que a população ribeirinha, as populações mais afastadas tenham esse acesso e a classe médica tem que fazer essa ponte para diminuir essas desigualdades”, acrescenta.
Pós-Tratamento
Em 2018, aos 27 anos, a cantora lírica Karen Stephanie, 33, foi diagnosticada com câncer de mama. Sem histórico familiar, foi ao tomar banho e fazer o autoexame que a jovem sentiu um caroço abaixo da axila. O tratamento foi realizado pelo SUS e terminou em 2019, hoje afirma que “existe vida com o câncer, apesar do câncer e depois do câncer”. A cantora ressalta que o câncer ainda é um doença com muitos tabus que precisam ser desmistificados.
“Há 20 anos atrás o câncer era uma doença, hoje é outra. Então, na cabeça das pessoas ainda paira essa percepção passada. Eu mesma tive que me desmistificar toda, mas aí comecei a entender e tentei passar às pessoas que não, a princípio eu não ia morrer. O câncer é uma doença entre tantas outras que estão aí e podem ser curadas. Nesse processo conheci muitas pessoas pessoas que vivem com câncer há 15 anos, de forma crônica, assim como muitas pessoas vivem com diabetes e hipertensão”, destaca.
Karen acredita que o acesso à informação séria é a principal ferramenta para não cair em estereótipos e mitos sobre a doença. “A internet está cheia de notícias assustadoras, então o importante é consumir informações de portais e veículos sérios, diretos. O portal do Oncoguia me ajudou e me ajuda até hoje, comecei a conhecer pessoas que vivem há 15 anos com câncer metastático, que vão ter uma qualidade de vida que se você olhar na rua não vai falar ‘nossa, essa pessoa é doente’ porque ela não é. Ela trata de uma doença que é só uma parte da vida dela. As pessoas precisam se informar sobre”, conta.
Sobre isso, a oncologista Solange Sanches também destaca o que familiares, amigos e sociedade em geral podem fazer para também proporcionar uma melhor qualidade de vida à paciente nessa caminhada. “Quanto mais simples a gente faz as coisas, mais eficientes elas se tornam. Não finja que nada está acontecendo, deixe o paciente expressar seu sentimento, seja de medo, raiva, o que for! É preciso fortalecer os dois lados, o paciente não precisa ser forte o tempo todo, ele tem que colocar o que sente para fora, só aí você pode vir com o curativo ‘”, ressalta.
Criado em 2018, o Coletivo Pink é um projeto colaborativo que congrega mais de 15 participantes, conectados pela Pfizer. Entre eles estão as principais associações de pacientes do Brasil, representando diferentes Estados, além de hospitais e outras entidades. (A repórter viajou a convite da Pfizer)
“Você tem que fazer seus exames de rotina, se autoconhecer, acompanhar no ginecologista, porque o toque mamário do ginecologista é mais técnico e fazer a mamografia regularmente. Aliar todos esses instrumentos faz com que a gente consiga ser muito mais efetivo na detecção precoce do câncer de mama”, Adriana Ribeiro, diretora médica da Pfizer.
Fonte: DOL – Diário Online – Portal de NotÍcias
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