Esportes
Fracassos recorrentes do Paysandu no quadrangular da Série C podem ser ‘hereditários’, diz psicólogo
O Paysandu inicia uma nova caminhada no quadrangular de acesso da Série C neste final de semana. No domingo (3), o Papão enfrenta, em casa, o Volta Redonda-RJ, pela primeira rodada. Mesmo que tenha o apoio da torcida para buscar a primeira vitória na fase derradeira do torneio, o elenco terá de superar um adversário invisível: o fantasma da lanterna.
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Nos últimos três anos, decepções no quadrangular de acesso da Série C têm sido comuns para o Paysandu. Desde 2020 a equipe tem conseguido se classificar às fases finais da Terceirona, mas caído bruscamente de rendimento na hora da decisão. No ano passado, inclusive, o filme repetiu as cenas de temporadas anteriores, quando o Papão terminou em último lugar da chave final.
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Apesar dessas campanhas ocorrerem em anos diferentes, com elencos e comissões técnicas distintas, parece que o fracasso bicolor tem sido “hereditário”. De acordo com o psicólogo Maurício Marques, doutorando em psicologia esportiva pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, dependendo de como o assunto é tratado nos bastidores do clube, há a possibilidade de que essa pressão seja repassada para os elencos seguintes.
“Esse retrospecto abala mais a torcida do que o próprio time. O mais importante, claro, é saber o quanto da diretoria é remanescente das últimas temporadas. Muitas vezes os jogadores carregam uma pressão que não é deles, mas sim dos outros que passaram. Só que essa pressão vem da torcida e dos dirigentes. Vale a gente destacar que os dirigentes no Brasil, muitas vezes, são ‘torcedores especializados', porque trabalham no clube. Às vezes a pressão vem via diretoria, via torcida, via mídia. Então, isso pode causar um clima negativo pro time, principalmente jogando em casa. Um pessimismo causado pelo mau retrospecto de outras gerações”, disse.
O que fazer para 2023?
Segundo o psicólogo, o trabalho de preparação mental do Paysandu deveria ser feito no início da temporada. De acordo com Maurício Marques, a utilização de um psicólogo na comissão técnica do Paysandu poderia ajudar os jogadores a lidarem com a ansiedade em momentos de pressão. No entanto, ele reforça: o trabalho deve ser longo e duradouro, não podendo ser substituído por palestras motivacionais e “tratamentos intensivos”.
“Eu acho que é bem complicado de um ‘intensivão' funcionar. Pode dar certo, mas a potência do trabalho se dá a médio e longo prazo. Quando você mexe num grupo que você não conhece, você pode levantar emoções que se viram contra o time, pode gerar ansiedade, mais pressão, por isso o conhecimento é fundamental. Além disso, é importante que se crie um vínculo. O jogador não vai abrir seus sentimentos para um psicólogo que nunca viu, por isso é necessário que se crie uma relação de confiança entre os profissionais, e isso só ocorre com o tempo. Claro que ter um profissional, que está a par do dia a dia do clube, pode ajudar, mesmo que a eficácia seja muito menor que um profissional qualificado”, avaliou.
Fonte: Esporte – OLiberal.com
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