Espetáculo “O caminho de volta” é encenado no Rio Guamá

A arte está sempre em movimento. Seja em uma exposição, uma música, um filme ou uma peça de teatro, não há lugar para apreciar a beleza das coisas e refletir sobre assuntos importantes como a vida de mulheres na Amazônia. Nos próximos dias 25 e 26 de novembro, o grupo de teatro paraense independente Coletivas Xoxós estreia o espetáculo “O Caminho de Volta”. O trabalho, em formato itinerante, que terá início e fim no Terminal Hidroviário Ruy Barata e seguirá pela Ilha do Combu, percorrerá as águas do Rio Guamá a partir das 17h em duas sessões, em uma embarcação com capacidade para 16 lugares. CONTEÚDOS RELACIONADOS: “Cinco Minutos Antes, Depois Nunca Será” segue em cartazEspetáculo “Vida” se apresenta no Teatro Waldemar Henrique

O trabalho traz à cena cinco atrizes que seguem o percurso de vida de mulheres de suas famílias que viveram o deslocamento de regiões do interior do Pará até a capital, Belém, enquanto redescobrem suas ancestralidades. Nos caminhos de memórias, o sentido de retornar, relembrar processos migratórios, leva as atrizes de volta ao rio, em ato artístico contra os silenciamentos, distanciamentos e apagamentos históricos que marcam as relações entre Amazônias urbanas, contemporâneas e ancestrais.A diretora do espetáculo, Andréa Flores, comenta que a ideia da temática do trabalho surgiu de um levantamento de quais questões os artistas do grupo desejavam tratar no próximo processo teatral que seria iniciado em 2023. “A primeira urgência que o grupo sentia, lá em agosto de 2022, era de tratar sobre essas relações entre os contextos de vida urbanos de Belém e modos de vida tradicionais que estão presentes em outros espaços de habitação, em outras sociedades, mais para o interior”.Quer mais notícias de entretenimento? Acesse nosso canal no WhatsAppA partir disso, momentos de partilha de vida e de pesquisa, o coletivo entendeu que o trabalho abordaria histórias de família e atravessando uma espécie de urgência que foi descoberta entre as criadoras, por reencontrar suas ancestralidades. “A gente foi entendendo que fazer “o caminho de volta” era também uma espécie de cura: menos a nível pessoal, mas também e muito mais a nível social, comunitário”, complementa a artista.Andréa destaca que, no processo criativo surgido a partir das trocas, a imagem poética do rio norteou o trabalho. Os rios de pertencimento de cada mulher que migrou, também pelo rio, para Belém. Neste sentido, uma embarcação irá para percorrer as águas do rio condutor do espetáculo e conduzir o público pelas histórias de família das performers em cena, em meio às águas do Rio Guamá. A diretora da montagem revela que fazer um espetáculo sobre os rios da região é a realização de um sonho e um desejo que vem sendo amadurecido há um certo tempo e afirma que é necessário aos artistas perceber a potência dos rios que circundam Belém e o estado como um todo: “A gente fala em teatro de rua, em Belém, mas a gente ainda não aproveitou suficientemente o potencial cênico, possível também, dos nossos rios, dessa coisa da embarcação. Então, eu tinha esse desejo e essa percepção de que esse é um território muito potente pra gente entender não o Teatro de Rua, mas o Teatro de Rio”, pondera.SERVIÇO:”O Caminho de Volta”Quando: 25 e 26 de novembro (sábado e domingo), a partir das 17hOnde: Terminal hidroviário Ruy Barata – Av. Alcindo Cacela, 4570 (Praça Princesa Isabel, Condor)Ingressos: R$20 (Inteira) e R$10 (Meia-entrada)Reservas: (91) 989299695

Fonte: DOL – Diário Online – Portal de NotÍcias