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Tabagismo afeta a saúde do coração, alertam médicos
As substâncias tóxicas presentes em produtos que tem na composição o tabaco, como o cigarro, seja o tradicional ou o eletrônico, que tem caído no gosto dos jovens, é um dos principais vilões da saúde, causando uma série de prejuízos, inclusive para o coração. Nesta quinta-feira (16), é celebrado o Dia do Não Fumar, data que alerta sobre os malefícios do tabaco e os riscos que o hábito pode provocar para a saúde.
Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS) o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas anualmente em todo o mundo. No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, são 161.853 mortes ao ano, o que representa 443 por dia.
Segundo o médico Tiago Bignoto, coordenador do curso de pós-graduação em Cardiologia da Afya Educação Médica, quando se trata de tabagismo, as pessoas costumam relacionar o hábito a problemas no pulmão. Entretanto, diz ele, o vício pelo tabaco afeta gravemente o bom funcionamento do coração.
Tiago Bignoto explica que as substâncias presentes no tabaco atacam o endotélio (camada celular que reveste internamente os vasos sanguíneos), causando uma maior ocorrência de enrijecimento e estreitamento das artérias e, consequentemente, acúmulo de gordura, propiciando a incidência de infarto agudo do miocárdio. Outras comorbidades relacionadas ao uso de produtos como o cigarro são as valvopatias, hipertensão arterial pulmonar e AVC.
Segundo o médico, o cigarro contém várias substâncias tóxicas que podem ter efeitos prejudiciais ao sistema cardiovascular. A nicotina é a principal e que causa dependência em cigarro. Ela aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial. O monóxido de carbono presente na fumaça do cigarro é uma substância que se liga à hemoglobina no sangue, reduzindo em última instância a capacidade de transporte de oxigênio.
Cigarro eletrônico
Nos últimos anos, tem crescido, principalmente entre os mais jovens, o uso do cigarro eletrônico ou vaporizador eletrônico. Tiago Bignoto observa que, embora esse produto seja frequentemente divulgado como uma opção menos prejudicial em comparação ao cigarro convencional, não há evidências de que essa afirmação seja verdadeira.
“A exposição à boa parte das substâncias presentes no cigarro convencional ainda existe, mesmo no eletrônico. Outro ponto é a falta de regulamentação consistente nos produtos que contém, o que significa que a composição exata dos líquidos pode variar, dificultando a avaliação precisa de seus impactos na saúde. A presença de diferentes sabores e aditivos também merece atenção, pois alguns desses componentes podem ter efeitos desconhecidos à saúde cardiovascular”, alerta.
Tiago Bignoto reforça que, independente do tipo de cigarro, o tabagismo é uma doença crônica que afeta gravemente a saúde. “O primeiro passo para uma mudança é o fumante entender que é um vício e procurar ajuda. Existem diversas formas de tratamento e grupos de apoio que vão auxiliar no processo”, frisa.
Tiago Bignoto acrescenta que a incidência de doenças cardiovasculares, causadas pelo cigarro ou não, e o estilo de vida adotado pela população, tem feito com que haja uma procura maior pelos médicos da área. Com isso, consequentemente, tem aumentado também a demanda de profissionais por cursos de especialização em Cardiologia.
Fonte: DOL – Diário Online – Portal de NotÍcias