O café consumido diariamente por milhões de americanos ficará mais caro a partir de agosto. Isso porque o governo dos Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, anunciou uma tarifa de 50% sobre as importações brasileiras do grão, principal fonte de abastecimento do mercado norte-americano.
A reação do mercado foi imediata: a cotação dos contratos futuros de café arábica na Bolsa de Nova York subiu quase 3,5%, atingindo o maior patamar do ano. O Brasil, maior produtor e exportador mundial de café, responde por aproximadamente 30% do consumo total nos EUA.
Segundo analistas ouvidos pela agência Reuters, a nova tarifa impactará diretamente toda a cadeia de abastecimento — de torrefadores a consumidores. “A maior parte dos torrefadores depende do café brasileiro, especialmente do arábica de qualidade. É impossível substituir esse volume no curto prazo”, afirmou um especialista do setor.
Com o aumento dos custos de importação, é esperado que os preços sejam repassados ao consumidor final, afetando cafeterias, supermercados e lojas especializadas em todo o país. Além do café, a tarifa também incidirá sobre outros produtos brasileiros, como suco de laranja, carne bovina e aço.
A decisão do governo Trump é interpretada por analistas como uma retaliação à política externa do Brasil e um gesto político voltado à sua base eleitoral protecionista. A medida reacende o debate sobre os impactos de ações unilaterais no comércio internacional e suas consequências econômicas de curto e longo prazo.
Enquanto isso, consumidores americanos podem precisar escolher entre pagar mais caro por seu café de costume ou recorrer a alternativas de qualidade inferior — e, possivelmente, de sabor mais amargo.
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