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Lula pede a Maduro que evite  “medidas unilaterais”

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O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, ligou para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste sábado (9) e ouviu do brasileiro um pedido para “evitar medidas unilaterais que levem a uma escalada da situação” na disputa por Essequibo, região rica em petróleo da Guiana que passou a ser reivindicada por Caracas.”O presidente Lula transmitiu a crescente preocupação dos países da América do Sul sobre a questão”, diz nota sobre o telefonema divulgada pelo Palácio do Planalto. “Expôs os termos da declaração sobre o assunto aprovada na Cúpula do Mercosul e assinada por Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina, Colômbia, Peru, Equador e Chile. Recordou a longa tradição de diálogo na América Latina e que somos uma região de paz.”O imbróglio entre os dois países remonta ao começo do século 19, quando a Venezuela tornou-se independente da Espanha. Na partilha posterior da região ao norte do Brasil, um tratado entre Reino Unido e Holanda deu, em 1814, terras que eram de Amsterdã na margem esquerda do rio Essequibo.Conteúdo relacionado:EUA já treinam para guerra na Guiana contra a VenezuelaLula se preocupa com tensão entre Venezuela e GuianaVenezuela: referendo aprova anexação de parte da GuianaEm 1831, elas comporiam dois terços da nova Guiana Inglesa, vizinha da Francesa, até hoje território de Paris, e da Holandesa, que se tornou o Suriname independente em 1975.Os venezuelanos questionavam a divisão, e uma comissão internacional foi formada em Paris para arbitrar a questão de Essequibo. Em 1899, um laudo deu posse definitiva da área para os britânicos. Isso perdurou até o fim dos anos 1940, quando recomeçou uma campanha de Caracas, agora baseada na acusação de que o acordo era fraudulento e fora influenciado por Londres.Novas negociações ocorreram e, em 1966, foi firmado o Acordo de Genebra entre Londres e Caracas. Segundo ele, todos concordavam em discordar: a Venezuela firmava sua rejeição ao laudo de 1899 e o Reino Unido, sem fazer isso, aceitava discutir a questão fronteiriça até haver uma “decisão satisfatória”.Poucos meses depois, contudo, a Guiana tornou-se independente, e Essequibo representava dois terços de seu território. As negociações não prosperaram no prazo previsto de quatro anos, um novo protocolo foi firmado e o assunto ficou congelado por 12 anos.Em 1982, a Venezuela por fim decidiu não ratificar o protocolo e o assunto acabou sendo levado à ONU, até hoje sem resolução. A discussão ficou adormecida até ganhar novo fôlego a partir de 2015, quando foram descobertos bilhões de barris de petróleo nas águas profundas da Guiana —parte delas justamente na disputada Essequibo.

Fonte: DOL – Diário Online – Portal de NotÍcias 

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