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Conferência é a “semente” para o desenvolvimento sustentável
Promover discussões e colocar os povos tradicionais da floresta amazônica no centro de debates que falam sobre a sustentabilidade e desenvolvimento da região é importante, já que são essas pessoas que vivem a Amazônia e entendem dela mais do ninguém. Na Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, a mesa inaugural O que A Amazônia Oferece e o Que o Mundo Precisa teve a participação de personalidades que produzem com os recursos da terra produtos que são destaque no mercado, como a Izete dos Santos Costas, diretora do projeto Filha do Combu Chocolates e Doces Artesanais. Com uma produção que valoriza a terra e um dos principais frutos do Pará, que é o Cacau, Izete destacou que os povos da floresta tem tudo para se manter com os recursos naturais, mas que precisam de suportes, como energias renováveis e maquinários para produzir. “Hoje se fala muito na questão sustentável, mas não é dado aos povos da floresta as tecnologias para isso. Os povos da floresta têm tudo para se manter, desde que ele tenha apoio, energia renovável, água, para produção e outras inúmeras tecnologias que é preciso”, destacou. Outra produtora amazônida que tem se destacado no mercado é Joana Martins, CEO e diretora de Operações da Maioca. A empresária falou sobre a importância de valorizar os recursos da terra e de criar meios para que os próprios produtores locais consigam desenvolver os produtos. “Eu queria aproveitar essa oportunidade para complementar esse painel, é o que a Amazônia oferece, o que o mundo precisa, mas o que o amazônida quer dar para o mundo. Porque nós não queremos ser só fornecedor de matéria-prima, nós queremos ser também de soluções a serem construídas junto com a gente”, ressaltou. Importância da Conferência Nesse sentido, todos concordam que a conferência é um passo importante para que o debate e as ações para a valorização local e de desenvolvimento sustentável sejam pensadas e efetivadas. Neidinha Suruí, a Ivaneide Bandeira Cardozo, da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, pontou que a iniciativa, organizada pelo setor mineral (empresarial) é a “semente”, mas que é preciso manter o discurso e as atitudes, “porque não adianta eventos como esse e apoiar ou votar em projetos como o Marco Temporal”. “Não adianta a gente fala que o desmatamento se estamos querendo roubar as terras dos povos indígenas, porque eles são os que mais preservam. Acho que com [esse evento] o setor está se propondo a fazer mudanças e que para fazer essa mudança é preciso entender que a gente é contra a garimpo em terra indígena”, declarou. “Eu acho que essa é a semente, agora cabe as mineradoras, aos empresários, aos governos fazerem a semente da sustentabilidade crescer”, concluiu Neidinha. ProgramaçãoA Conferência Internacional Amazônia e Novas Economia segue até o a próxima sexta-feira (1º). Nesta quinta-feira (31), a palestra principal será do ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair. No último dia de evento, o encerramento ficará com o ex-presidente da Colômbia (2018 – 2022), Iván Duque. Além deles, outros painéis ocorrem durante os três dias do evento, com especialistas e profissionais da área.
Fonte: DOL – Diário Online – Portal de NotÍcias