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Após problemas de saúde, idoso de 79 anos salta de paraquedas no Pará: ‘O essencial é participar’

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O aposentado Cláudio Begot, de 79 anos, é a prova viva de que não existe idade para realizar um sonho. No último domingo (18), o ex-militar, saltou de paraquedas pela primeira vez na vida. A aventura ocorreu na cidade de Tomé-Açu, no sudeste do Pará, e foi registrada em detalhes pela família do idoso.

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Os vídeos, gravados pelo neto Danilo Begot, mostram a reação do aposentado no momento do salto. Ele, ao lado de um instrutor, pulou de um avião que estava a mais de 2 mil metros de altura. 

Dias após o salto, Cláudio recebeu a reportagem de O Liberal na casa de uma das quatro filhas, que vive em Santa Izabel, cidade da região metropolitana de Belém. Na conversa, ele falou sobre a motivação e os desafios enfrentados antes da aventura. 

Coração valente

Cláudio Begot sofreu com problemas de saúde antes do salto de paraquedas (Igor Mota/ O Liberal)

O fato de Cláudio praticar paraquedismo na terceira idade, por si só, já é algo relevante. No entanto, o feito do idoso é ainda maior dado os graves problemas de saúde sofridos por ele no último ano. Em 2022, o aposentado passou por uma extensa cirurgia cardíaca, que corrigiu problemas arteriais.

“Passei por uma operação cardíaca há um ano e meio. Não cheguei a me sentir mal, mas quando verificaram minha pressão, estava com a ‘pressão mais baixa' zerada. Fui levado à UPA e lá diagnosticaram que eu precisava fazer uma cirurgia. Apesar disso, não tive medo do que poderia acontecer comigo. Fui operado dias depois, me recuperei bem e hoje vivo uma vida normal”, conta.

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Por conta disso, Cláudio teve uma preparação especial para o salto. Além de atividades físicas – como musculação e caminhada – o ex-militar realizou uma bateria de exames. O sonho, portanto, só foi realizado após aval médico.

“Tive que fazer uma preparação médica. Precisei fazer mais de 20 exames para ser liberado. Antes de saltar fui fazer uma consulta com o médico. Ele disse que, apesar de eu ter sido operado, eu estava apto pro salto”, disse.

Apesar de todo o complicado histórico de saúde, Cláudio se manteve tranquilo na hora do salto. Questionado sobre como se sentiu quando estava no ar, o aposentado disse que “parecia que estava aqui, conversando com vocês”, tamanha a normalidade. No entanto, ele conta que isso só foi possível devido a um intenso processo de concentração antes da descida.

“Eu sou muito católico e me apeguei à minha fé naquele momento. Sou brincalhão, mas me mantive concentrado antes do salto. O pessoal aqui (família) me ‘puxava pra trás' em relação ao salto, mas entendo, porque eles queriam meu bem. Mas minha concentração me ajudou e tudo deu certo”, disse.

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Homem da aventura

Cláudio Begot conta como foi a preparação para o salto de paraquedas (Igor Mota/ O Liberal)

Cláudio trabalhou toda a vida como motorista e mecânico de máquinas pesadas. Na década de 70, entrou nas Forças Armadas, quando serviu como mecânico por oito anos. Apesar da vida “normal”, o idoso conta que sempre se considerou uma pessoa ‘aventureira'.

“Quando eu era menino, fazia coisas que, pra uma criança de hoje, é difícil de ver. Era muito ativo. Na época, eu e os meus irmãos queríamos montar um circo, porque sempre gostamos de desafios. Desde jovem eu gostava de fazer algo diferente”, disse.

O salto de paraquedas foi uma ideia de Danilo. Ele, que já havia praticado o paraquedismo no interior de São Paulo, sugeriu ao avô mais essa aventura. Na hora do convite, Cláudio não pensou duas vezes e aceitou o desafio.

“O Danilo que me convidou. Ele me ligou e perguntou: ‘vô, o senhor topa?'. Eu disse que sim e fui, sem medo. Essa história causou um certo receio entre as minhas filhas, mas decidi saltar. Graças a Deus deu tudo muito certo e agora quero continuar saltando”, explicou.

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O próximo salto, inclusive, já tem data marcada: 15 novembro, data em que Cláudio completa 80 anos. O aposentado conta que já está se programando para uma nova empreitada. Assim como da primeira vez, a ideia é que tudo seja acompanhado pela família.

“Estou articulando isso com o meu filho. Me lembro de uma coisa que aprendi na época de militar, que acho que serve pra esse momento: ‘o essencial na vida não é vencer, mas sim participar'. Acho que é isso que temos que pensar na hora do salto, em aproveitar o momento e curtir a experiência”, finalizou.

Fonte: Esporte – OLiberal.com 

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