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Alunas da Terra Firme aprendem sobre absorvente ecológico

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“Não é castigo, algo sujo ou doença”. Com essas palavras esclarecedoras sobre a saúde menstrual e as possibilidades de confecção de absorventes ecológicos como tema transversal para a prática de sustentabilidade, foi realizada a programação da Semana de Dignidade Menstrual na Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria Stelina Valmont, no bairro da Terra Firme, em Belém.A programação, direcionada às estudantes adolescentes matriculadas na escola, é uma ação do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em parceria com a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), Secretaria Municipal de Educação (Semec) e outros parceiros institucionais.“Ao observarmos o Mapa da Pobreza Menstrual, nos deparamos com o fato de que muitas meninas deixam de ir às aulas por razões econômicas, que impedem a vivência desse período de forma mais tranquila, além da falta de informações sobre a dinâmica do próprio corpo, preconceitos e tabus”, avalia Lorena Cruz, integrante da Referência Técnica em Educação Popular em Saúde, da Sesma.Veja também:Prefeitura no PA tem 663 vagas com salários até R$ 20 mil  Sustentabilidade: união e foco na pesquisaDesigualdade socialA Pobreza Menstrual vai muito além da falta de dinheiro para comprar produtos de higiene adequados, pois ainda vivemos uma série de problemas ligados à desigualdade social e de gênero, como a falta de educação sexual, acesso à água e saneamento básico e o estigma dos corpos que menstruam.Após a roda de conversa com Lorena Cruz e Aline Gobbo, coordenadora da Referência Técnica de Saúde da Mulher da Sesma, as estudantes participaram da oficina de confecção de absorventes ecológicos como alternativa à redução de despesas semanais e mensais na compra dos produtos industrializados, assim como a minimização dos impactos dos absorventes comerciais sobre o meio ambiente.O absorvente descartável, como parte do contexto da praticidade, é hoje repensado pelos impactos ao meio ambiente e na saúde do corpo feminino, pois pode provocar fungos, entre outras complicações.O absorvente ecológico é uma opção rentável em que a própria usuária consegue produzir várias confecções com algodão e tecido atoalhado e costurado. O produto fica  pronto em 10 minutos, com o mesmo molde do absorvente que se usa regularmente. Bem cuidado e lavável com água e sabão, o absorvente ecológico pode durar até dois anos.Semana da Dignidade MenstrualA coordenadora do programa Saúde da Escola, da Sesma, Patrícia Godinho, ressalta a importância da Semana da Dignidade Menstrual como forma de estimular o autoconhecimento do corpo e a compreensão das alterações durante o período. “Cada mulher tem reações próprias durante o período menstrual. Há diferenças e as políticas públicas podem garantir o direito à higiene, infraestrutura adequada e informação saudável”, reforça.Em pleno 2023, o tema da menstruação é ainda visto como tabu por alguns setores sociais. Muitas meninas têm dúvidas, vergonha, se sentem constrangidas por não terem acesso ao produto em casa e menstruam na escola. Algumas ficam anêmicas e adoecidas.“É preciso quebrar preconceitos para atingirmos a Dignidade Menstrual com a devida compreensão da escola, das famílias e da sociedade como um todo. A conversa e a oficina trazem novas informações e conscientização sobre o uso sustentável dos absorventes, coletores e calcinhas menstruais como alternativas para diminuir a  pobreza menstrual”, destaca Alessandra Marinho, diretora da escola.

Fonte: DOL – Diário Online – Portal de NotÍcias 

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